Professores membro do Corpo Científico da FUPEF em missão de prospecção de projeto de cooperação técnica em Moçambique para capacitação técnica em coleta e criação da lagarta Mopane Worm.
Entre os dias 11 e 23 de março de 2024 os pesquisadores da Universidade Federal do Paraná, Professores Dr. Dartagnan Baggio Emerenciano e Dr. Nilton José Souza, Membros do Corpo Científico da FUPEF, estiveram na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), em Maputo – Moçambique para desenvolver um projeto para coleta e cultivo da lagarta Mopane worm em laboratório, em missão da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e parceria com a Universidade Eduardo Mondlane. Tiveram o apoio da Embaixada do Brasil em Maputo, em especial da Conselheira Natasha Agostini Penha Brasil, Chefe do Setor de Cooperação, Eliana Marcelino e Beatriz Tembe, Assistentes de Cooperação. A logística da missão teve o apoio da Responsável pelo Programa de Cooperação Técnica Brasil-Moçambique – Unidade de Cooperação Técnica – PALOP e Timor-Leste da Agência Brasileira de Cooperação – ABC/MRE. Paula Rougemont Martins e Silva Carvalho.
Os pesquisadores atuaram na capacitação da equipe moçambicana, do Departamento de Engenharia Florestal (DEF) da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF), da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), preparando-os de acordo com a metodologia desenvolvida para a coleta e o cultivo da lagarta Mopane worm em laboratório. Com as equipes devidamente preparadas evidenciou-se a conscientização da importância para a produção da lagarta durante o ano todo uma vez que a sua ocorrência se dá em no máximo 3 meses ao ano.
A vegetação de Mopane, constitui o principal ecossistema de Mabalane, sendo a espécie Colophospermum mopane, popularmente conhecida como árvore de Mopane, a espécie dominante.
A vegetação de Mopane, compõe o segundo maior ecossistema florestal de Moçambique, com maior ocorrência na região central (Província de Tete) e partes do sul do país (Inhambane e Gaza). Este ecossistema compreende um recurso importante, tanto ecologicamente quanto economicamente para as populações locais.
Ecologicamente essa formação é habitat e refúgio para uma variedade de espécies de mamíferos e para espécies endêmicas de répteis e aves. A árvore de Mopane (C. mopane) é fonte de alimento para ruminantes, e é planta hospedeira para a lagarta comestível “Mopane worm” Gonimbrasia belina (Westwood) (Lepidoptera: Saturniidae), bem como a vespa do mel de mopane; sendo fonte de proteína para as populações locais e, portanto, relevantes para a economia da região.
A seguir apresenta-se a comparação nutricional da Mopane worm e peito de galinha.
| Propriedades nutricionais (30g) – comparação |
| Mopane Worms Peito de galinha |
| Calorias 124 35 |
| Proteínas 17g 7 |
| Gordura 4,38g 1,39 |
| Carboidratos 0,84g 0 |
| Fibras 3,12g 0 |
Fonte: UFPR/FUPEF adaptada.
Economicamente, a importância da madeira de C. mopane, inclui o fato de ser fonte de materiais de construção e energia a partir de combustível lenhoso e para produção de carvão vegetal. Esse uso das árvores de Mopane, representa uma importante atividade geradora de receitas particularmente relevante nesta região em que a produção agrícola tem limitações, de modo que potencialmente contribuem para a redução da pobreza. De acordo com o Banco Mundial (2010) os impactos socioeconômicos associados com riscos causados pelas alterações climáticas percebidos pelas comunidades rurais incluem a escassez de água, da produtividade florestal e migração.
O sucesso do programa e a metodologia aplicada irá representar um benefício significativo na alimentação das populações locais bem como um alto benefício social.
Esse importante projeto terá sua continuidade com implantação do Centro Florestal de Mabalane – CEFLOMA 2, na província de Gaza, com o apoio da ABC e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e em parceria com Universidade Eduardo Mondlane e gestão do Coordenador do Convênio UEM/UFPR, Dr. Agnelo Fernandes.
Elencamos os membros da equipe moçambicana sem os quais não seria possível desenvolver esse projeto:
1. Prof. Dr. Agnelo dos Milagres Fernandes (UEM); 2. Prof. Dr. Mario Paulo Falcão (UEM); 3. Prof. Dr. Andrade Fernando Egas (UEM); 4. Prof. Dra. Romana Rombe Bandeira (UEM); 5. Dra. Silvia Nadal David Maússe Sitoe – investigador auxiliar (UEM); 6. M.Sc. Cacilda João Chirinzane Manhiça – Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM);
7. Cátia da Vina Júlio Bié. Acadêmica finalista em Engenharia Florestal – UEM; Membros da FAEF/UEM – Operacional: 8. Alzido Paulo Macamo – motorista; 9. Antonio Felipe Junior – motorista
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